Hipertensão: riscos na pandemia para quem tem a doença
Quem possui diagnóstico de pressão alta está no grupo de risco para a COVID-19. Veja os cuidados que devem ser tomados por quem é hipertenso
Hipertensão: riscos na pandemia para quem tem a doença
Quem possui diagnóstico de pressão alta está no grupo de risco para a COVID-19. Veja os cuidados que devem ser tomados por quem é hipertenso
20 Abril 2021
A hipertensão, também conhecida como pressão alta, é uma doença comum na população brasileira. A condição afeta
uma a cada quatro pessoas adultas no país – mas pode ser diagnosticada em todas as fases da vida.
Como ocorre o diagnóstico e quais são os cuidados necessários, ainda mais durante a pandemia da COVID-19?
Vamos saber mais a seguir.
Sintomas e diagnóstico de pressão alta
pesar de ser uma condição relativamente comum, a hipertensão age silenciosamente no organismo. De acordo com
estudos recentes, é considerado um caso de pressão arterial elevada se a leitura da pressão arterial sistólica for de 120
a 129 mmHg (que significa milímetros de mercúrio). Se a leitura sistólica atingir 130 ou mais, ou a leitura diastólica é 80
ou mais, pode ser considerado um caso de pressão alta ou hipertensão.
Pessoas hipertensas também podem sentir tontura, dor no peito e na cabeça. Porém, a maioria dos sintomas costuma
aparecer quando há uma agravação nessa condição cardíaca que, se não tratada corretamente, pode levar até mesmo
ao desenvolvimento de complicações no coração, como infarto e AVC (acidente vascular cerebral).
AVC: estilo de vida saudável reduz riscos
Causas da hipertensão
Alguns fatores impactam no desenvolvimento dessa doença, como estilo de vida sedentário, estresse, alimentação com muito
sal e aumento de peso. Mas, também, existem casos que não dependem de fatores externos.
O acúmulo de gordura nas artérias, consequente de uma alimentação pouco balanceada, por exemplo, causa o estreitamento
das veias, fazendo com que o coração precise se esforçar mais para bombear o sangue, aumentando a pressão e prejudicando
o funcionamento do órgão.
Com o envelhecimento do corpo, as artérias também tendem a se tornar menos elásticas e menos capazes de acomodar
a passagem do sangue, que, quando flui pelas artérias sob alta pressão, pode danificar o revestimento interno dos vasos
sanguíneos, acelerando o acúmulo de placas carregadas de colesterol. Isso enrijece e estreita ainda mais as artérias,
causando uma condição de saúde chamada de aterosclerose.
Considerando que o mesmo volume de sangue precisa passar por uma área menor, a pressão sistólica tende a aumentar,
enquanto a pressão diastólica permanece a mesma ou diminui gradualmente com o tempo.
Antes de iniciar qualquer tipo de tratamento, o paciente com suspeita de hipertensão deve consultar um médico para
avaliar a melhor abordagem de acordo com o caso, que pode incluir exames de resistência física e testes laboratoriais
para auxiliar no diagnóstico.
Relação entre COVID-19 e hipertensão
No início da pandemia de COVID-19 no Brasil, muito se falava sobre os tais grupos de risco, que teriam maior propensão
de desenvolver a doença com sintomas mais graves. A hipertensão foi incluída nessa conta, junto de outras doenças
crônicas, como asma e diabetes.
Com o passar do tempo e a evolução do conhecimento científico sobre os impactos do novo coronavírus no organismo
humano, entendeu-se que uma das sequelas do vírus atinge diretamente o coração.
Em uma pessoa com uma condição cardíaca sensível, essa contaminação representa um risco maior de agravamento
pela ação do vírus no coração, observado em determinados estudos.
Além disso, durante o isolamento social, tem sido comum descuidarmos da alimentação, diminuindo as idas ao mercado
e investindo mais em refeições prontas, que podem conter gorduras ruins para o organismo e quantidades elevadas de sal.
Passando a maior parte do tempo dentro de casa, a prática de exercício físico também pode ser prejudicada,
contribuindo para uma vida mais sedentária e menos saudável. Esses fatores são grandes inimigos dos hipertensos
e devem ser monitorados para que não haja piora nos sintomas.
Leia também: Cuidados com hipertensão arterial: como prevenir e controlar
Como a hipertensão resulta em complicações graves de COVID-19?
A relação entre hipertensão e o desenvolvimento de casos graves de COVID-19 é complexa. Alguns especialistas
acreditam que a pressão sanguínea descontrolada resulta em inflamação crônica em todo o corpo, o que danifica
os vasos sanguíneos e resulta na desregulação do sistema imunológico. Isso resulta em dificuldade de combate ao
vírus ou em uma reação exagerada e perigosa do sistema imunológico à COVID-19.
5 passos para manter a pressão controlada em casa
A pandemia da COVID-19 segue e os cuidados com a nossa saúde não podem ser deixados de lado. Confira
maneiras simples de manter o bem-estar em casa e evitar alterações na pressão arterial:
- Cozinhe mais: a alimentação balanceada contribui para um organismo mais saudável em todos os aspectos
e possibilita que você tenha o controle do que ingere, conhecendo todos os ingredientes do preparo - Crie uma rotina de exercícios: seja com aplicativos, vídeos na internet ou podcasts, tente se manter ativo,
mesmo dentro de casa - Tome os medicamentos na hora certa: despertadores, lembretes e outros métodos podem ajudar a seguir
à risca os horários recomendados pelo médico para ingestão dos remédios - Beba água: a água é um diurético natural que auxilia o organismo a limpar as impurezas
- Mantenha-se informado: acompanhe fontes confiáveis de informações sobre a COVID-19
Cuidados gerais para hipertensos durante a pandemia
O controle adequado da pressão arterial tem benefícios de saúde a longo prazo e pode ajudar a prevenir sintomas
graves de COVID-19.
- Ficar em casa sempre que possível e manter a higiene é primordial. Para quem possui diagnóstico de hipertensão,
essa máxima deve ser reforçada e estimulada para todas as pessoas do convívio diário. - As visitas também são desaconselhadas e, se houver contato com outras pessoas, deve ser sempre de máscara e
mantendo uma distância adequada. - Os hipertensos devem continuar o tratamento com medicamentos em casa, respeitando os horários, e manter as
idas presenciais ao médico sempre que for necessário. - Quando for possível substituir e não houver alguma emergência envolvida, as consultas de acompanhamento podem
acontecer a distância, por telefone ou videochamada. - É importante manter um acompanhamento com outros profissionais, principalmente para avaliar a alimentação e a
ingestão de sal.
Por aqui, temos várias receitas saudáveis para testar em casa. Fique à vontade para experimentar a que melhor combina
com você!
Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil
Fonte: Organização Pan Americana de Saúde/OMS, Harvard (Which blood pressure number matters most?, Hypertension, health inequities, and implications for COVID-19)