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Central Nacional Unimed faz alerta sobre a importância do diagnóstico e tratamento da hanseníase

Central Nacional Unimed faz alerta sobre a importância do diagnóstico e tratamento da hanseníase

Mais de 30 mil novos casos de hanseníase são diagnosticados todos os anos no Brasil, segundo dados da OMS. Janeiro Roxo é o mês de atenção e conscientização sobre a doença

Central Nacional Unimed faz alerta sobre a importância do diagnóstico e tratamento da hanseníase

Mais de 30 mil novos casos de hanseníase são diagnosticados todos os anos no Brasil, segundo dados da OMS. Janeiro Roxo é o mês de atenção e conscientização sobre a doença

28 Janeiro 2022

O Brasil é o segundo país com maior número de casos de hanseníase no mundo, atrás apenas da Índia. De acordo com a Estratégia Global para Hanseníase (2016 – 2020), da Organização Mundial de Saúde (OMS), a Índia, o Brasil e a Indonésia notificaram, por ano, mais de 200 mil novos casos da doença. Em meio à pandemia de Covid-19 e ao surto da gripe H3N2, integrantes da comunidade médica e organizações sociais fortalecem a campanha Janeiro Roxo, que destaca a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado.

“Em 2020 tivemos uma queda de quase 40% dos diagnósticos de novos casos, dados que na verdade refletem a pandemia de COVID-19, onde a acessibilidade e a adesão a tratamentos continuados ou prolongados foi duramente afetada em múltiplas doenças, como hipertensão arterial, diabetes, câncer de colo do útero e a hanseníase", afirma Dra. Laila de Laguiche, médica dermatologista e fundadora do
Instituto Aliança contra Hanseníase.

As ações realizadas na campanha, que conta com o apoio da Central Nacional Unimed, têm ainda o objetivo de reforçar o combate ao preconceito contra a doença. A hanseníase tem cura e o tratamento é 100% gratuito, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Janeiro Roxo, período criado em 2016 para alertar sobre o diagnóstico da doença, tem o último domingo do mês, Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase, como data símbolo. De acordo com o Ministério da Saúde, só em 2019, foram contabilizados 23.612 casos da doença no Brasil. Os dados foram revelados no último Boletim Epidemiológico de Hanseníase 2020. No mesmo período, na Bahia, foram notificados 2.164 casos novos de hanseníase, segundo o Boletim Epidemiológico Hanseníase Detecção Geral, da Secretaria de Saúde (Sesab/dezembro 2020). Entre os menores de 15 anos, o estado notificou 125 casos novos. “A hanseníase tem cura e quanto mais precoce for o diagnóstico, mais rápido e fácil será o tratamento”, afirma Maria Elisa Rosa, dermatologista da Alergodermoclin, parceira da Central Nacional Unimed e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

A especialista explica que o tratamento da hanseníase é gratuito e fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), variando de seis meses a um ano. “Após a primeira dose da medicação não há mais risco de transmissão durante o tratamento e o paciente pode conviver em meio à sociedade”. O tratamento da hanseníase é administrado por via oral, consiste na associação de dois ou três medicamentos e é
denominado poliquimioterapia. A transmissão da hanseníase acontece por via respiratória, quando existe uma convivência muito próxima e prolongada com indivíduos que apresentem o tipo multibacilar da doença. Isso porque esses pacientes apresentam grande quantidade de bacilos na secreção nasal - facilitando a transmissão por gotículas de saliva ou secreções do nariz.

Entendendo a hanseníase

Doença crônica infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que se multiplica lentamente e pode levar de cinco a dez anos para dar os primeiros sinais. Afeta principalmente os nervos periféricos e está associada a lesões na pele, como manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, caroços ou placas pelo corpo, ressecamento e perda de sensibilidade e força para segurar objetos.

O diagnóstico de hanseníase pode ser facilmente confundido com outras doenças (artrite, artrose, trombose, fibromialgia, por exemplo) e quando tardio pode deixar graves sequelas. Nas fases agudas, podem aparecer caroços (nódulos) e/ou inchaços (edema) nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos, cotovelos e pés.

Em estágio avançado, a hanseníase pode provocar diminuição da força muscular (dificuldade para segurar objetos), paralisia das mãos e pés, encurtamento dos dedos (devido à lesão dos nervos que controlam os músculos), úlceras crônicas na sola dos pés, perda de sobrancelhas, edema do nariz e orelhas e até cegueira.