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Cuidados com a saúde ocular das crianças devem ser redobrados

Cuidados com a saúde ocular das crianças devem ser redobrados

Estudo realizado na China mostrou que os casos de miopia nas crianças aumentaram em 400% na pandemia

Cuidados com a saúde ocular das crianças devem ser redobrados

Estudo realizado na China mostrou que os casos de miopia nas crianças aumentaram em 400% na pandemia

21 Dezembro 2021

01 outubro 2021


Os cuidados com a saúde ocular das crianças devem ser redobrados neste momento. Com a pandemia, novos hábitos foram incorporados à rotina dos pequenos: aulas online, mais tempo na internet para ver vídeos, jogar, ou para encontros virtuais com familiares e amigos. A exposição excessiva às telas tem aumentado os casos de miopia, que gera dificuldade para enxergar de longe.
O alerta é do oftalmologista pediátrico da Central Nacional Unimed, Caio Ragatieri, que também é professor de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “O que mais assusta é o crescimento rápido dos casos de miopia. Crianças que tiveram aumento de um e meio, dois graus, de 2020 para cá”, comenta o médico, sobre a realidade que percebe no consultório. Um estudo realizado na China após um lockdown de cinco meses, no ano passado, mostrou que os casos de miopia nas crianças aumentaram em 400%. 


Além do aumento do tempo de tela, a drástica redução das atividades ao ar livre também tem afetado a saúde ocular das crianças. “Elas têm a necessidade de tomar sol. A vitamina D e a dopamina liberadas pelos raios solares são importantes para o crescimento do globo ocular”, explica o médico. 

Cuidado redobrado


Os pais ou responsáveis precisam ficar atentos a alguns sinais, que podem indicar problemas de visão. E é recomendável a visita de rotina ao oftalmopediatra.


“Dores de cabeça, irritação, vermelhidão ou lacrimejamento nos olhos ao assistir TV, usar o computador, tablet ou smarthfone podem indicar problemas de saúde ocular”, alerta o oftalmologista Caio Ragatieri. Ele explica que é preciso investigar qualquer queixa da criança nesse sentido ou em relação a dificuldades para enxergar.


Em muitos casos, os problemas de visão geram desinteresse e baixo rendimento escolar. “Nem sempre os sintomas estão claros, por isso, é necessário ter muita atenção”, diz. Dr. Ragatieri pontua alguns comportamentos que podem sinalizar algo errado: “A criança quer estar muito perto da TV, da tela do computador ou costuma segurar o livro bem perto dos olhos. Queixa-se de cansaço nos olhos, tudo isso inspira cuidados com a saúde ocular”, diz.

Genética 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 1,4 milhão de crianças no mundo apresentam perda de visão em algum grau, a maioria em regiões de baixa renda. No entanto, 80% desses casos poderiam ser evitados ou tratados, com o devido acompanhamento de oftalmopediatra.
Os problemas mais comuns, como miopia e hipermetropia, são transmitidos geneticamente. “Por isso, os pais com esse tipo de diagnóstico, ou com ocorrências em outros integrantes da família, devem ficar atentos aos sinais, nas crianças”. 

Miopia

A miopia é um dos distúrbios da visão mais comuns entre crianças e está associada à genética. Nesse caso, as imagens não são focadas de maneira correta pela retina. Isso torna mais difícil enxergar objetos à distância. 
“Por ser hereditária, não existem métodos de prevenção para evitá-la. Entretanto, evitar a fadiga ocular, causada pelo uso excessivo de computadores e smartphones, é uma medida importante”, adverte Dr. Ragatieri.

Hipermetropia

Na hipermetropia, os sintomas manifestados são opostos aos da miopia, ou seja, a criança com hipermetropia tem dificuldade de enxergar de perto. 

Astigmatismo

O astigmatismo é caracterizado pela formação de vários pontos de foco de luz na retina, sendo que o normal seria apenas um. Também é hereditário e pode ocorrer juntamente com a miopia ou a hipermetropia. “O problema causa uma vista embaçada, dificultando a visão de perto e de longe”, afirma o médico. 

Ambliopia

A ambliopia, conhecida como olho preguiçoso, consiste na perda parcial da visão em um olho, podendo acometer também os dois olhos. 
O tratamento precisa ser precoce, assim que identificado, para ser efetivo. Caso o quadro não seja identificado e tratado até os 7 anos de idade, a ambliopia pode implicar numa grande perda de visão difícil de ser revertida. 

Estrabismo

Popularmente conhecido como vesguice, o estrabismo consiste na perda do paralelismo dos olhos. A condição é hereditária e a criança já nasce com ela. “Vale a pena ressaltar que muitas vezes o estrabismo não tratado pode causar também ambliopia. Por isso, caso a criança nasça estrábica, é neces