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Hepatites virais B e C afetam 325 milhões de pessoas no mundo

Hepatites virais B e C afetam 325 milhões de pessoas no mundo

De acordo com a OMS, doenças são responsáveis por cerca de 60% dos casos de câncer de fígado; hepatologista da Central Nacional Unimed alerta para riscos de contágio e caminhos de prevenção

Hepatites virais B e C afetam 325 milhões de pessoas no mundo

De acordo com a OMS, doenças são responsáveis por cerca de 60% dos casos de câncer de fígado; hepatologista da Central Nacional Unimed alerta para riscos de contágio e caminhos de prevenção

28 julho 2021

Em meio à pandemia de Covid-19, um outro alerta deve estar no radar da população: os diagnósticos de hepatite C caíram pela metade neste período, segundo o Instituto Brasileiro de Estudos do Fígado (Ibrafig), caracterizando casos de subnotificação no país. Longe do olhar do grande público, as hepatites virais, que têm entre os tipos mais comuns A, B e C, podem ser prevenidas e merecem atenção aos sintomas e cuidado. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que os tipos B e C afetam 325 milhões de pessoas no mundo, e são responsáveis por cerca de 60% dos casos de câncer de fígado.

A hepatite viral é caracterizada por uma infecção que atinge o fígado -podendo causar alterações moderadas a graves. O tipo A é mais comum na infância; os B e C podem se manifestar em qualquer idade, sendo mais frequente a partir da adolescência e juventude. Com relação aos sintomas, a hepatite A geralmente surge como uma gripe e, em seguida, aparecem a icterícia (cor amarelada nos olhos) e a colúria (urina escura). O mesmo quadro pode ocorrer com as B e C, mas o problema é que, em mais da metade, na maioria dos casos, a doença é assintomática. não produzem sintomas. E, caso o paciente apresente sinais dessas doenças, a melhor opção é procurar ajuda do médico especialista, de preferência, hepatologista ou infectologista. O diagnóstico é feito por meio de exame de sangue.

De acordo com José Alves de Freitas, hepatologia da Unimed Catanduva (SP), sócia da Central Nacional Unimed, atualmente, a hepatite C é a que mais preocupa. Dados do Ministério da Saúde revelam que são 10 mil novos casos por ano. “Três milhões de pessoas no Brasil possuem a doença, a maioria delas sem saber que tem, pois a doença é silenciosa e evolui, muitas vezes, para cirrose e câncer no fígado. Lembramos que a hepatite C ainda não possui uma vacina específica, mas os novos medicamentos criados para tratar a patologia são eficientes. Sua eficácia pode chegar a 80%”, destaca o médico.

As formas de contrair a doença são diferentes. A hepatite do tipo A é por meio da via fecal-oral, ou seja, água e alimentos contaminados, e contato com secreções, como espirros. Já as B e C são adquiridas pelo sangue e derivados, e via sexual (esperma e secreções vaginais). O tempo de incubação é variável também, geralmente alguns dias na A, e pode chegar a meses nas B e C.

Cuidados higiênicos, evitar compartilhar seringas e objetos perfurantes e, sobretudo, vacinas, para tipos A e B, são modos de prevenção da doença. Contra a hepatite A, a imunização é feita de 15 meses a cinco anos, enquanto a da hepatite B são três doses, sendo a primeira feita geralmente ao nascer, na maternidade, e as outras doses ao fim dos 1° e 6° meses de vida.

“O tratamento também varia em função de cada tipo. No caso da hepatite A, geralmente é recomendado repouso e tratar os sintomas; na hepatite B, não existe tratamento específico para a doença aguda; e, na C, a fase aguda pode ser tratada e até evoluir para cura. Se as hepatites B ou C forem crônicas, existem critérios de tratamento e medicamentos adequados. Vale ressaltar que a hepatite do tipo A tem baixa letalidade, já as B e C são mais fatais, podendo atingir 10% nos casos crônicos”, alerta Freitas.