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Cadê o ponto que estava ali?

Cadê o ponto que estava ali?

Busca pelo prazer sexual deve estar atrelada à individualidade e ao conhecimento do próprio corpo

Cadê o ponto que estava ali?

7 Janeiro 2010


Na primeira semana útil de 2010, foi divulgado o resultado de um estudo que diz que o ponto G, suposta zona erógena das mulheres, não existe. Para os pesquisadores do King´s College, de Londres, o referido ponto, seria fruto da imaginação das mulheres. No entanto, há quem questione o estudo e o considere falho, como a sexóloga Beverley Whipple, que ajudou a popularizar o conceito do ponto G nos anos 70.

A pesquisa foi realizada com 1804 mulheres, com idades entre 23 e 83 anos. Todas eram gêmeas idênticas - que têm a mesma configuração genética - ou não-idênticas – que possuem 50% dos genes em comum. O esperado era que quando uma delas afirmasse ter o ponto G, a probabilidade da irmã apresentar a mesma resposta fosse alta, o que não ocorreu. Para Whipple, um dos principais problemas do estudo é que as gêmeas, normalmente, não têm o mesmo parceiro sexual.

A comprovação pela ciência da existência ou não do ponto G, que seria um aglomerado de terminações nervosas, localizado próximo ao clitóris, e que originaria alta excitação sexual e orgasmos, não deve interferir significativamente na vida sexual das pessoas. O prazer sexual não depende de estímulos de uma única área do corpo feminino.O conhecimento do próprio corpo e a consciência de que o prazer e o desejo sexual variam entre as pessoas podem determinar a qualidade das relações sexuais e evitar possíveis frustrações.

Para as mulheres, que foram historicamente censuradas com uma moralidade machista, libertar- se de pudores e crendices que as impedem de ter suas expectativas atendidas pelo parceiro e valorizar sua individualidade, sem se sentirem condicionadas a agir de acordo com atuais modismos e apelos sexuais, também são atitudes decisivas para a vivência prazerosa da sexualidade.

Durante vários séculos, perpetuou-se a ideia de que a mulher não deveria sentir desejo e prazer sexual – isso era apenas para homens ou mulheres “pouco sérias”. A função do sexo era somente a reprodução. Vários avanços sócio-culturais, assim como a liberação sexual no final dos anos 60 e a criação da pílula anticoncepcional, são responsáveis pelas mudanças no comportamento feminino e na sociedade de modo geral.


Taise de Queiroz Bertoldi e Designer: Pabla Vieira

Fonte: Folha de S. Paulo e Psiqweb

Conteúdo aprovado pelo responsável técnico-científico do Portal Unimed.


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