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<em>Status</em> dos alimentos

Status dos alimentos

Vários alimentos geralmente considerados como perigosos também podem proporcionar benefícios

Status dos alimentos

15 Março 2010
É possível que o ovo, o abacate, o chocolate e o café pareçam um time de vilões da alimentação saudável pela quantidade de informações desfavoráveis já divulgadas sobre eles. No entanto, dependendo de como são consumidos, esses alimentos podem ser mais benéficos do que aparentam.

A principal questão está na quantidade. Muitas pessoas pecam pelo excesso e devem, sim, ficar atentas aos perigos de certos alimentos. Mas, se ingeridos em quantidade moderada, podem ser incluídos numa dieta balanceada e saudável, sem a necessidade de eliminar de vez certos alimentos que se tem vontade de saborear. Isso não vale para todas as pessoas, pois orientações de médicos e nutricionistas dirigidas a cada indivíduo devem prevalecer.

A seguir, veja as principais características positivas e negativas dos quatro alimentos citados anteriormente:


A pedido de alguns leitores, que qeustionaram sobre a ingestão diária recomendada dos alimentos citados, conversamos com os médicos nútrólogos Dr. Durval Ribas Filho e Dra. Isabela David, respectivamente presidente e diretora de atividade científica da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia) que deram a seguinte resposta:

Na realidade, não existe uma quantidade diária de ingestão específica para ALIMENTOS. Nós temos quantidade diária de ingestão para NUTRIENTES, ou seja, para vitamina A, cálcio, magnésio, gordura monoinsaturada, entre tantos outros. Podemos, sim, ter referências de ingestão para GRUPOS DE ALIMENTOS. Por exemplo, 3 porções de laticínios por dia (entre leites, queijos e iogurtes), 3 a 5 porções de frutas, 4 a 6 porções de hortaliças e assim por diante, sempre considerando as necessidades individuais. Para certas substâncias, como a cafeína, existem limites de ingestão, podendo inclusive causar efeitos colaterais importantes se ingerida em altas doses. Para atletas, ela é considerada “substância controlada ou restrita”, podendo ser usada para potencializar os exercícios, porém não podendo ultrapassar uma certa concentração na urina. Vamos fazer alguns comentários sobre os alimentos em questão:

Ovo: alimento que pertence ao grupo das proteínas. A quantidade diária de proteína para um indivíduo é calculada em relação ao seu peso corporal; em geral, em torno de 0,8 a 1,2 g de proteína/Kg/dia. Portanto, se prescrevermos uma dieta com 1 g de proteína por Kg/dia para um indivíduo de 60 Kg, ele deve ingerir em torno de 60 g de proteína diariamente. Se lhe será recomendado 1, 2 ou 3 ovos, depende do restante de ingestão de proteínas fornecida através de outras fontes. Quanto ao colesterol, existe limite de ingestão da GEMA em casos de hipercolesterolemia, já que, neste caso, a quantidade diária não deve ultrapassar 300 mg, mais ou menos o que existe em uma única gema! Uma das recomendações ainda mais aceitas é a de não se ultrapassar a ingestão de 1 gema por dia, até 4 vezes por semana, não se esquecendo da gema embutida nos alimentos (bolos, massas, recheios, etc).

Abacate: uma porção de abacate conta como 1 porção de gordura na maioria das tabelas de grupos de equivalentes normalmente utilizadas e corresponde a 1/4 de abacate ou 2 colheres de sopa. Não dizemos que existe uma quantidade diária de abacate recomendada, mas que ele pode (e deve) compor uma dieta saudável como fonte de nutrientes importantes para a saúde, especialmente de gorduras monoinsaturadas. A quantidade total de gordura da dieta em geral deve ser em torno de 25-30% do VET (Valor Energético
Total ou Necessidade Calórica Diária).

Chocolate: não conheço recomendação específica de ingestão de chocolate, porque o benefício (como citado na matéria) está no cacau. Por isso devemos dar a preferência à ingestão dos chocolates amargos e meio amargos por conterem mais cacau e menos açúcares e gorduras inadequadas do leite (com o qual ele é usualmente preparado). O chocolate é um 'plus', um daqueles alimentos lá do topo das pirâmides alimentares que podem ser ingeridos em pequenas porções diárias. Em geral, eu recomendo uma pequena porção de 20-30 g após uma refeição. Hoje em dia temos porções individualizadas que são muito práticas, facilitando o limite de ingestão.

Café: como recomendação geral, considera-se segura uma ingestão de 200 mg/dia de cafeína, contida em 2 a 3 xícaras de 250 ml ou 4 xícaras de 150 ml. Esta ingestão não coloca em risco a maioria dos indivíduos saudáveis. Não podemos nos esquecer de outras fontes de cafeína, como os chás, especialmente o chá preto e o chá verde, chocolates, bebidas à base de cola, entre outras. Aos indivíduos mais sensíveis aos efeitos estimulatórios da cafeína, não recomendados a ingestão destes alimentos ricos após as 15-16 horas para não predispor à insônia.

É importante lembrar que, quando consideramos as recomendações nutricionais, toda dieta deve ser individualizada. É importante que você tenha um médico nutrólogo para avaliar e acompanhar o seu estado nutricional. Busque sempre orientação especializada.


Taise Bertoldi e Designer: Pabla Vieira

Fonte: Revista O Médico & Você nº 3, da Associação Médica Brasileira; Saúde e Lazer (03/03/2009)

Conteúdo aprovado pelo responsável técnico-científico do Portal Unimed.


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