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Entrevistas: berçário ou babá?

Entrevistas: berçário ou babá?

Veja o que duas mães que tiveram que optar por uma babá ou uma creche na volta ao trabalho falam

Entrevistas: berçário ou babá?

30 Janeiro 2010
Sabrina Schürhaus Locks – mãe de Laura, oito meses

Como foi tomada a decisão de deixar sua filha com uma babá?
Desde antes de eu engravidar, eu sempre imaginei que quando chegasse o momento eu ia optar por deixar meu filho no berçário. Porém, quando chegou o momento de tomar essa decisão, a minha ideia mudou. Demorei bastante para chegar numa conclusão e, com uns quatro meses de antecedência do meu retorno ao trabalho, eu já comecei a visitar os maternais. Não fui em muitos, fui apenas em dois, mas acho que já deu para ter uma noção de como seria. E também conversei com o pediatra da Laura, que me disse que se eu pudesse deixar em casa seria melhor.

Por quê?
Principalmente pela questão das viroses. Vou te dar a repsosta que ele me deu. Até um aninho, pelo menos, se eu conseguisse manter em casa seria melhor, porque depois de um ano ela já teria tomado a maioria das vacinas e reforços. Quanto à questão do desenvolvimento e estimulação, ele disse que isso não impediria que, em casa, ela também fosse estimulada. Então, ouvindo a opinião do pediatra e visitando berçários, eu comecei a mudar a minha opinião, meu ponto de vista. Mas daí surgiu um outro desafio: encontrar uma pessoa de confiança para ficar com ela o dia inteiro, uma tarefa que não é fácil. Então surgiu a alternativa de ficar na casa da minha família, dos avós da Laura, mas com uma babá, então já me deixou mais tranquila, porque ela não ficaria sozinha com a babá o dia inteiro, teria mais gente acompanhando e até mesmo auxiliando. Quando você está de fora, você tem uma ideia, mas quando você está vivendo aquele momento, as coisas podem mudar.

Quais características você buscou na hora de procurar a babá?
Primeiro, tinha que ter muita paciência, gostar de criança e também que tivesse cuidado em seguir as minhas recomendações. Se eu fosse buscar uma pessoa mais velha, talvez ela iria querer fazer do jeito dela. Eu busquei uma menina jovem , que gostasse de criança, que fosse paciente e, melhor ainda, que tem um vínculo familiar com a Laura - ela é prima dela. Então, isso também auxiliou para me deixar mais tranquila ainda.

Você passou alguma recomendação para a babá estimular a Laura ou é você que sempre faz isso?
Passei, porque a maior do tempo a Laura vai ficar com ela. Então eu pedi para que ela deixasse a Laura bastante tempo brincando no chão, não ficasse o tempo inteiro no colo dela, levasse ela bastante para passear na rua, tomar banho de sol, que tivesse uma rotina bem ativa. E procurar sempre também respeitar os horários de alimentação. Algumas coisas eu tentei trazer dos berçários, como a construção de um cardápio. Então eu peguei as orientações dos alimentos com o pediatra e eu mesma montei o cardápio, que é como aconteceria na escolinha.

Até quando você pretende deixar a sua filha com a babá?
Eu gostaria que ela ficasse em casa pelo menos até sair das fraldas. Colocá-la no berçário quando ela tiver em torno dos três anos e em meio período. Se eu conseguir esse objetivo, ficaria contente. Com três anos e meio período para criança eu já acho interessante ir para a escolinha.


Aline Souza – mãe de Arthur, 8 meses

Como foi tomada a decisão de deixar seu filho no berçário?
Desde o momento que eu engravidei, já sabia que quando eu voltasse a trabalhar o colocaria no berçário, porque eu não tenho nenhuma pessoa de confiança para ficar com ele em casa, uma babá, por exemplo. Então, prefiro deixar numa escolinha, onde tem outras pessoas ali olhando, observando e que ele também possa aprender a compartilhar com outras crianças.

O que você analisou durante a escolha do berçário?
Visitei quatro berçários. A primeira coisa que eu olhei foi a parte de higiene, olhei as salinhas para ver o tamanho, quantas crianças ficavam em cada salinha, a rotatividade de professoras que tinha na escolinha. E também outras mães que já deixaram seus filhos nesses lugares contaram experiências que já tiveram.

O fato de a criança na creche ficar mais sujeita ao contágio por viroses e doenças foi uma preocupação?
Foi uma preocupação, sim. O pediatra disse que se pudesse evitar e deixá-lo em casa, seria melhor. Mas como não tive muita escolha, coloquei-o na escolinha. A gente sabe que acontece de pegar mais viroses, porque tem mais contato com outras crianças, a mudança de tempo também influencia, estar em um ambiente fechado e depois sair, pegar vento, chuva, então acontece mais. Mas tem que estar preparado.

Você passa alguma recomendação aos profissionais da creche ou há um padrão para todas as crianças?
Geralmente é um padrão que eles seguem para todas as crianças, mas tem uma agenda que vai na bolsa dele, onde é possível escrever o que quiser ali, que elas vão seguir aquela regra. Por exemplo: meu filho gosta de dormir desse jeito ou gosta de fazer tal coisa assim, pode escrever, porque aí elas vão se adaptando conforme a rotina das crianças também. Mas geralmente eles seguem uma rotina do coleginho, porque são muitas crianças, então não dá para eles fazerem tudo o que a gente faz em casa.
Em relação ao desenvolvimento da criança, você já percebeu alguma diferença desde que ele começou na creche?
Como faz pouco tempo, não deu de perceber muito. O que eu percebo é que eles têm bastante brinquedo e musicalização. Quando eu chego, eles estão cantando e é mais ou menos a rotina que eu tinha em casa. Eu sempre estimulei muito ele em conversar, cantar e sempre na escolinha quando eu chego, eles estão cantando, estimulando e interagindo com fantoches.

O que você está achando da experiência com a creche até agora?
No início foi muito difícil deixá-lo no coleginho. Chorei, me descabelei, mas depois eu vi que, como faz três semanas que ele está indo, está super bem e eu estou gostando bastante. Ainda não teve venhum ponto assim “ai, meu Deus, aconteceu isso!”. Cair acontece, vir mordido por outra criança pode acontecer também. Então eu já me preparo para que se alguma coisa assim acontecer, ficar mais tranquila, não ficar tão nervosa. Mas por enquanto estou gostando bastante e acho que fiz uma boa escolha. Não estou nem um pouco arrependida.



Taise de Queiroz Bertoldi e Designer: Pabla Vieira

Conteúdo aprovado pelo responsável técnico-científico do Portal Unimed.


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