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Esclerose múltipla: sintomas e tipos

Esclerose múltipla: sintomas e tipos

A esclerose múltipla não tem cura, mas com diagnóstico precoce e tratamento adequado é possível evitar sua progressão

Esclerose múltipla: sintomas e tipos

18 Agosto 2020

Vamos começar pelo que não é: a esclerose múltipla não é uma doença mental, não é considerada fatal, não é contagiosa, nem é uma disfunção da idade. Ainda há muito desconhecimento e preconceito sobre ela. Por isso, reunimos algumas informações básicas, importantes para lidar com o diagnóstico.

Esta doença neurológica atinge geralmente pessoas jovens em média entre 20 e 40 anos de idade, sendo aproximadamente duas vezes mais comum em mulheres. Segundo o Atlas Mundial da Esclerose Múltipla mais recente (2020), cerca de 2,8 milhões de pessoas convivem com a doença no mundo todo. No Brasil, a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem) estima que a esclerose múltipla atinge cerca de 40 mil pessoas. Aqui, vamos ver:

 

O que é a esclerose múltipla?

Quais são os sintomas da esclerose múltipla?

É possível prevenir?

 

O que e a esclerose múltipla?

Médico atende paciente

A esclerose múltipla é uma doença inflamatória crônica que compromete a função do sistema nervoso, levando a episódios mais ou menos frequentes (surtos) de dificuldade de visão, redução de funções motoras, fadiga desproporcional, entre outras. Esses surtos podem acontecer uma vez por ano nas fases iniciais e em maior frequência ou com mais sequelas quando a doença está mais avançada.

Ocorre quando o próprio sistema imunológico (aquele que deveria nos defender de agentes externos como vírus e bactérias) ataca uma parte dos neurônios chamada bainha de mielina.

A bainha da mielina é uma capa que envolve o axônio (a cauda do neurônio), responsável por conduzir os impulsos elétricos do sistema nervoso central para o corpo e vice-versa

Quando o sistema imune ataca, ocorre a desmielinização, ou seja, a degradação da mielina, o que compromete as funções coordenadas pelo cérebro. Assim começam os chamados surtos, que são as manifestações sintomáticas da doença.

 

Sintomas

A duração do surto varia de dias a semanas, dependendo do paciente, e pode apresentar mais de um sintoma.

Os sintomas mais comuns são alterações na visão, na sensibilidade do corpo (formigamento ou falta de sensibilidade), no equilíbrio, no controle de esfíncteres e na força muscular dos membros com consequente redução na mobilidade ou locomoção.

Principais sinais da esclerose múltipla

  • Fadiga: fraqueza ou cansaço
  • Sensitivas: parestesias (dormências ou formigamentos); nevralgia do trigêmeo (dor ou queimação na face)
  • Visuais: neurite óptica (visão borrada, mancha escura no centro da visão de um olho – escotoma – embaçamento ou perda visual), diplopia (visão dupla)
  • Motoras: perda da força muscular, dificuldade para andar, espasmos e rigidez muscular (espasticidade)
  • Ataxia: falta de coordenação dos movimentos ou para andar, tonturas e desequilíbrios
  • Esfincterianas: dificuldade de controle da bexiga (retenção ou perda de urina) ou intestino
  • Cognitivas: problemas de memória, de atenção, do processamento de informações (lentificação)
  • Mentais: alterações de humor, depressão e ansiedade

 

Formas de esclerose múltipla

A doença se manifesta em três formas principais.

Remitente-recorrente (EMRR): caracterizada pela ocorrência dos surtos em média uma vez por ano. Geralmente ocorre nos primeiros anos da doença com recuperação completa e sem sequelas. Corresponde a 85% dos casos de esclerose múltipla. Cerca de metade das pessoas com EM recorrente-remitente entra em uma fase progressiva secundária ao longo do tempo.

Primária progressiva (EMPP): Os sintomas pioram gradativa e continuamente. Não há episódios de recaídas e remissões. Ocorre gradativamente piora dos surtos.

Secundária progressiva (EMSP): alguém que teve o tipo recorrente-remitente começa a ter deterioração gradual da função nervosa. Cerca de metade dos EMRR evolui para esta forma. Nessa etapa, pacientes não se recuperam mais plenamente dos surtos e acumulam sequelas, que podem ser perda visual definitiva ou maior dificuldade para andar.

 

É possível prevenir a esclerose múltipla?

As causas da esclerose múltipla combinam predisposição genética (cerca de 100 genes relacionados à doença já foram mapeados) e fatores ambientais, que funcionam como um “gatilho” da doença, especialmente na adolescência. São eles:

  • Infecções pelo vírus Epstein-Barr (herpes)
  • Insuficiência do hormônio vitamina D
  • Obesidade
  • Tabagismo

Acredita-se que, sem tabagismo, mantendo níveis ótimos de vitamina D e prevenindo a obesidade, seria possível evitar até 60% dos casos.

Como doença crônica, não existe cura definitiva para a esclerose múltipla. Porém, com diagnóstico e tratamento precoce da doença, é possível evitar sua progressão. Exercícios físicos leves, fisioterapia e alimentação balanceada também ajudam a manter ossos e músculos fortes e melhorar o humor. Converse sempre com o médico neurologista para avaliar cada caso.

 

Esclerose múltipla e COVID-19

A Federação Internacional de Esclerose Múltipla (MSIF) esclarece que ainda não há estudos conclusivos sobre como a COVID-19 afeta pessoas com esclerose múltipla. Porém, recomenda-se manter os cuidados de higienização das mãos e evitar aglomerações. Muitos tratamentos para esclerose múltipla funcionam suprimindo ou modificando o sistema imunológico. 

A Federação também recomenda a continuidade do tratamento, conforme orientações do médico neurologista responsável, sobre os riscos de eventual alteração, caso haja infecção pelo novo coronavírus.

As pessoas com esclerose múltipla foram incluídas nos grupos prioritários de vacinação. Todas as vacinas disponíveis contra a COVID-19 até o momento estão liberadas para essas pessoas. Em alguns casos, pode ser necessário adaptar ou coordenar a terapia modificadora da doença (TMF), para que não interfira na eficácia da vacina, mas isso precisa ser avaliado pelo médico responsável pelo tratamento do paciente. 

Saiba quais alimentos podem ajudar a reforçar seu sistema imunológico nesta matéria: Alimentação para fortalecer a imunidade em tempos de COVID-19

Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil

Fonte: Portal Esclerose Múltipla, ABEM, EM e COVID, Academia Brasileira de Neurologia, Hospital Albert Einstein

Revisão técnica: equipe médica da Unimed do Brasil


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