Os primeiros amiguinhos
4 Março 2019
Ter um ou mais círculos de amigos é especial e faz um bem danado em qualquer idade, mas quando falamos dos primeiros amiguinhos das crianças, eles têm um papel bem diferente, mas não menos importante. Afinal, na vida atual, com famílias menores ou com as crianças indo cada vez mais cedo para a escola para que seus pais trabalhem, certamente os amiguinhos da escola passam a ser o primeiro vínculo que o pequeno constrói depois dos pais.
De acordo com o Centro de Excelência para o Desenvolvimento na Primeira Infância, da Universidade de Montreal, no Canadá, é importante que os pais apoiem e estimulem as amizades na primeira infância, pois elas se refletem no desenvolvimento físico, social e emocional das crianças.
Será com esses amigos que elas disputarão os mesmos brinquedos na escola, os outros amiguinhos da turma que eles consideram como seus melhores amigos, a atenção da professora. E é por meio dessas amizades que poderão descobrir que nem sempre irão concordar com os outros e que receberão vários “nãos”. Por outro lado, será brincando – e muitas vezes até brigando – na convivência com seus pares, que entenderão que é preciso aprender a compartilhar, lidar com as diferenças e, principalmente, criar vínculos.
Compartilhando segredos
Não é à toa que os pequenos ficam muitas vezes ansiosos e querem contar tudo o que acontece em casa para os amigos da escola; ‘precisam’ contar um segredo para um deles bem no fim de semana; se preocupam se um deles falta na aula ou se ausenta por estar doente...
De acordo com o estudo Psicologia da Amizade na Infância, divulgado pelo departamento de Psicologia da Universidade do Paraná, a forma de apoio social que os familiares e os amigos oferecem às crianças na infância são diferentes. Os amigos podem ser uma importante fonte de apoio emocional, auxiliando na diminuição do estresse e no enfrentamento de situações compartilhadas.
Por outro lado, existem amizades que podem ser prejudiciais ao desenvolvimento das crianças, seja porque o amigo tem um comportamento agressivo ou bagunceiro. Nesse caso, especialistas admitem que proibir a amizade é sempre o pior caminho. O ideal, segundo eles, é mostrar para a criança as atitudes erradas tomadas pelo coleguinha e que não devem ser copiadas. Mas é preciso lembrar aos pais de enfatizar que é o comportamento do colega que não é legal, e não ele.
5 dicas sobre a amizade e o desenvolvimento psicossocial na primeira infância
Crianças pequenas que aprendem a cooperar e a brincar com outras tendem a fazer amigos com mais facilidade na vida adulta
Quando os pequenos interagem com outros, aprendem a importância da vida social e também em como controlar as suas emoções. Esse aprendizado pode se refletir nas relações mais harmoniosas com as outras pessoas durante a infância e também quando adulto
Crianças que convivem com irmãos aprendem a lidar com emoções positivas e negativas. Podem aprender também a entender que os outros pensam, desejam e têm sentimentos diferentes dos dela, auxiliando-as a serem menos egocêntricas e mais solidárias
Estudos mostram que as amizades construídas na infância estimulam o desenvolvimento de características como a sociabilidade, a autonomia e o altruísmo, além de reduzir a tendência de adquirir comportamentos negativos
A socialização em um grupo de amigos favorece para que a criança aprende a se virar sozinha, fazendo concessões que não ocorrem na presença dos pais, mas são vistas, por exemplo, na escola, que é um ambiente propício para uma boa convivência
Texto: Fabiana Gonçalves | Edição: Thaís Guimarães de Lima | Design: Alex Mendes
Fonte: Centro de Excelência para o Desenvolvimento na Primeira Infância, da Universidade de Montreal, Universidade Federal do Paraná e Healthy Children
Conteúdo aprovado pelo responsável técnico-científico do Portal Unimed.