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Os 5 estágios do luto

Os 5 estágios do luto

Superar, aceitar, recomeçar... Como lidar com este processo?

Os 5 estágios do luto

28 Outubro 2021

 

Com certeza você já ouviu alguém dizer a frase: “a morte é a única certeza da vida”. Este talvez seja um dos nossos grandes conflitos, mesmo sendo algo tão concreto. A morte é certa, mas porque nunca estamos preparados para perder alguém? E por que é tão difícil falar sobre isso?

Por mais que o luto seja um processo natural, lidar com a morte de uma pessoa próxima, além de ser difícil para muitos, é diferente para cada um. Segundo o pai da psicanálise, Sigmund Freud, somos feitos das nossas perdas, ou seja, é preciso se reconhecer como indivíduo sem a presença daquele ente querido e entender qual parte dele permanecerá como lembrança.

Falar sobre uma perda nem sempre será fácil. É um processo que precisa ser vencido com o tempo e, muitas vezes, com a voz da emoção. Mas se a opção for o diálogo, conversar com alguém, seja com uma pessoa de confiança ou com um profissional de saúde, pode ser de grande ajuda.

 

Leia a seguir:

O que é o luto 

Os 5 estágios do luto: uma rota necessária 

Dicas para passar por esse processo 

 

 

O que é o luto

 

Por sua intensidade, o luto pode ser associado a diversos sentimentos, como angústia, tristeza ou saudade, mas na realidade, trata-se de um estado emocional que desperta esses sentimentos. O processo pode desencadear diversas respostas emocionais (culpa, raiva, ansiedade), cognitivas (descrença, confusão) e comportamentais (agitação, choro), que, algumas vezes, precisam ser tratadas com acompanhamento médico.

Viver o luto é o primeiro passo para que a transição entre a ausência do ente querido se transforme em um processo de amadurecimento para a própria vida. Mas lembre-se: todo processo possui suas fases que precisam do tempo necessário para serem vividas.

 

Os 5 estágios do luto: uma rota necessária 

Como já dissemos, cada pessoa reage ao luto de uma forma bem particular, de acordo com suas vivências e capacidade para lidar com perdas. Aprofundando-se neste assunto, a psiquiatra suíço-americana Elisabeth Kübler-Ross, decidiu investigar a proximidade da morte do ponto de vista emocional, dedicando seus estudos aos estágios do luto.

 

Em sua obra, a psiquiatra descreve cinco estágios como fases não lineares e individuais. Neles, a pessoa pode sentir respostas distintas da mente e do corpo, como angústia, perturbação e situações de mal-estar e hostilidade.

Entenda cada um deles:

 

1° estágio do luto: negação

É considerado o choque inicial, a reação de defesa. A morte representa a finitude do que é mais importante para todos nós: a vida. Este estágio pode ocorrer até mesmo antes de uma notícia de perda efetiva, ao saber de um ente querido com uma doença terminal, por exemplo.

É um estado temporário e relativamente curto, pois mesmo em negação, nos adaptamos àquela realidade para chegarmos ao próximo estágio.

 

2° estágio do luto: raiva

Quando já não é mais possível negar o fato da perda, inicia-se um estado de mágoa intensa, revolta, inconformismo e ressentimento. 

O momento é muito delicado e é importante que quem está por perto aja com extrema cautela, afinal, as reações da pessoa enlutada podem ser incoerentes. É possível que ela sinta inveja de quem está sadio ou nutra um sentimento de injustiça. A raiva pode se tornar patológica quando chega a um nível crônico.

 

3° estágio do luto: barganha

O estágio da barganha se caracteriza pela negociação, seja com a própria dor ou com uma força maior. Geralmente, a pessoa enlutada pensa em fazer promessas ao universo, a Deus ou a outros símbolos de crença. É como se uma esperança profunda o envolvesse e, de alguma maneira, aquela dor pudesse ser revertida. 

 

4° estágio do luto: depressão

Nesta fase, a pessoa já acumula sentimentos profundos de tristeza acompanhados de solidão e saudade. Estas emoções a debilitam em aspecto físico e emocional. A intervenção ativa das pessoas mais próximas nesse momento é essencial para evitar que o luto se torne uma depressão silenciosa.

Executar atividades para o bem pessoal e estar perto de pessoas que despertam sentimentos positivos fazem com que esta fase passe com menos carga e se aproxime mais rapidamente do próximo estágio.

 

5° estágio do luto: aceitação

De acordo com os estudos da psiquiatra, o último estágio do luto não é quando não existe mais saudade ou dor, mas, sim, quando o sentimento se assossega e as respostas emocionais passam a ter mais paz e condições de seguir com a organização da vida.

O luto é um processo que necessita de passagens mais difíceis, com uma curva intensa de sentimentos. A fase da aceitação faz com que o indivíduo se transforme de uma pessoa enlutada em uma pessoa que enfrentou uma perda.

Superar não é o mesmo que esquecer, ao mesmo tempo que atravessar o luto pode depender de todas estas fases vividas e de muito apoio – seja ele um carinho ou o acompanhamento profissional.

 

Dicas para passar por esse processo

 

Libertar nossas emoções faz bem. Não só no processo de luto, mas em todos os aspectos da vida. Permita-se chorar se esse for o seu desejo. Neste momento o enlutado precisa de acolhimento para que possa revelar suas próprias emoções, sem aprisiona-las. Cada pessoa precisa viver o luto à sua maneira.

Se para você estiver muito difícil passar por este percurso sozinho, peça ajuda. Crie sua rede de apoio, aproxime-se dos familiares. Falando a respeito ou mesmo que em silêncio, muitas pessoas preferem amenizar a dor sentindo o calor da vida por perto.

Acima de tudo, não se omita caso perceba que há algo errado. Isso também é importante ao observarmos nas pessoas que estão ao nosso lado e passam pelo processo do luto. Voltar a trabalhar poucos dias após perder alguém e encher a agenda de compromissos, por exemplo, pode ser um ponto de atenção. Agir assim é uma forma de adiar um processo que, cedo ou tarde, vai acontecer e, neste caso, é importante buscar por cuidados especiais.

Com esta ajuda, aos poucos, você vai perceber que voltar à rotina pode ser algo importante. Mas se esta rotina te trouxer memórias dolorosas, converse. Quem sabe uma mudança de hábitos provisória não fará bem? O importante é se manter ativo para se conectar com o mundo e consigo.

 

Fontes: PUC | Hospital Sabará

 

 


Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil

Revisão técnica: equipe médica da Unimed do Brasil


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