Pimenta: verdades e mitos
15 Setembro 2021
As pimentas, ricas em vitaminas E e C, são conhecidas por prevenir o envelhecimento precoce das células e fazem, sim, muito bem para a saúde. Mas, como qualquer alimento, existem pessoas que podem apresentar algum tipo de restrição ou sensibilidade e, quando consumidas em excesso, até pessoas mais tolerantes podem apresentar algum desconforto.
Então como incluí-las de maneira equilibrada na rotina alimentar sem perder nenhum de seus benefícios? Continue a leitura para descobrir mais sobre isso e outros fatos importantes sobre a pimenta.
Os principais benefícios da pimenta
Mitos e verdades sobre a pimenta
Quanta pimenta é muita pimenta?
Os principais benefícios da pimenta
As pimentas podem ser frutos de diferentes plantas e espécies, por isso os benefícios acabam variando de acordo com o tipo de pimenta.
As pimentas vermelhas, por exemplo, têm uma grande quantidade da substância capsaicina, que reveste suas sementes e é responsável pela sensação de ardência. Sozinha, essa substância causa alívio de dores musculares, dores de cabeça e artrite reumatoide, e em associação com as vitaminas C e E, respectivamente, ela está aliada ao melhor funcionamento do sistema imunológico e na prevenção de doenças degenerativas como Alzheimer e Parkinson.
As pimentas mais picantes também são uma ótima fonte de capsaicina. As mais conhecidas na culinária brasileira são:
- Pimenta dedo-de-moça
- Pimenta-malagueta
- Pimenta-caiena
Mas os benefícios não estão presentes somente nas pimentas vermelhas ou em sua forma fresca. A pimenta-calabresa como consumimos no Brasil é uma versão seca e moída da pimenta dedo-de-moça. Essa é uma forma muitas vezes mais prática de incorporar esse condimento na alimentação e de absorver seus nutrientes e benefícios.
Pimenta Calabresa
Outras pimentas, como a pimenta-biquinho e a pimenta-do-reino também trazem benefícios: melhoram a digestão, a absorção de alguns nutrientes, são anti-inflamatórias, ativam a circulação sanguínea e aceleram o metabolismo.
Mitos e verdades sobre a pimenta
Já sabemos que a pimenta faz bem para a saúde, mas são muitos os mitos sobre essa planta que ainda precisam ser desvendados.
1. Pimenta ajuda a emagrecer?
A pimenta atua de formas específicas que fazem com que ela seja uma aliada das dietas: acelerando o metabolismo por meio do aumento da temperatura corporal, o que faz com que você gaste mais calorias, e estimulando sistema nervoso, o que libera algumas substâncias que auxiliam na diminuição de apetite.
Quando aliada a uma alimentação saudável e a exercícios físicos, a pimenta pode dar aquele impulso na sua dieta de emagrecimento!
2. Pimenta demais faz mal para o coração?
Cientistas italianos conduziram pesquisas ao longo de quase uma década que mostraram que o consumo regular de pimentas mais ardidas – aquelas que contêm mais capsaicina – tem efeito positivo na diminuição de infarto e AVC, principalmente em pessoas sem histórico de hipertensão.
Esses resultados foram observados em um grupo de pessoas que também mantinham uma dieta rica em peixes, azeites, frutas, sementes e vegetais.
3. Crianças podem comer alimentos apimentados?
De uma maneira geral recomenda-se a introdução de pimentas na dieta infantil a partir dos 5 anos de idade, pois existem receptores de dor na língua e no intestino que são estimulados por alimentos picantes. A capsaicina - que deixa as pimentas quentes - se liga a esses receptores e envia sinais de dor ao cérebro. É o que provoca sensação de queimação na língua, dor no estômago e em algumas pessoas, ao redor da região perianal ao defecar. Pessoas com síndrome do intestino irritável podem ter reações adversas a alimentos picantes como resultado da estimulação desses receptores.
Entretanto, em alguns países, como México, Índia, Tailândia e mesmo nas regiões norte e nordeste brasileiras, alimentos apimentados são oferecidos às crianças, desde muito cedo. Estas crianças tornam-se tolerantes a diferentes graus de temperos. Com especiarias aromáticas, recomenda-se introduzir uma nova especiaria a cada quatro ou cinco dias, para verificar a possibilidade de reação adversa.
Desta forma, a melhor orientação é conversar com o pediatra que acompanha a criança, para obter a orientação dietética mais adequada.
Quanta pimenta é muita pimenta?
Às vezes exageramos na quantidade, o que pode tornar uma refeição apimentada demais. Mas, outras vezes, o tipo de pimenta que estamos ingerindo importa muito mais do que a quantidade.
É o caso da Bhut Jolokia, ou pimenta fantasma, facilmente encontrada em forma de molhos nos supermercados, que já foi considerada a pimenta mais picante do mundo, em 2007 pelo Guinness World Records.
O nível de picância é medido pela Escala de Scoville (SHU), que calcula quantas vezes a capsaicina precisa ser diluída em água com açúcar até se tornar neutra. A Bhut Jolokia registra um pouco mais de 800.000 SHU, enquanto a pimenta caiena, em comparação, registra entre 30.000 e 50.000 SHU.
Hoje, a pimenta considerada a mais ardida do mundo é a Carolina Reaper, com mais de 1.500.000 SHU.
Pimenta Carolina Reaper
A ingestão indiscriminada de pimentas com um nível tão alto de capsaicina pode gerar alguns efeitos colaterais, como aumento da temperatura, dores de cabeça, dores de estômago e até quadros mais complicados, como ataque de asma ou queimaduras no esôfago.
De qualquer forma, ao exagerar na pimenta o melhor é optar por leite ou seus derivados, como iogurte ou queijos, para reduzir a sensação de ardência na língua. Isso porque a capsaicina não é solúvel em água, mas se dissolve relativamente bem em gorduras como as presentes no leite.
O importante é lembrar sempre que, quando as pimentas são inseridas na nossa alimentação diária de forma adequada, juntamente a uma rotina de atividades físicas, elas podem ser excelentes aliadas para uma vida cada vez mais saudável.
Se elas ainda não fazem parte do seu cardápio, comece adicionando aos poucos em sopas, cozidos e saladas. A tradicional guacamole é um prato do México, país conhecido por suas pimentas, que pode te ajudar a incluir essa planta como condimento nas suas refeições.
Vamos experimentar?
Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil
Revisão técnica: equipe médica da Unimed do Brasil